Por Pedro Paulo Catonho
O tradicional desfile dos bonecos gigantes levantou a galera nesta terça-feira gorda (13), partindo da Igreja de Guadalupe. Passaram pela multidão 50 gigantes do artista plástico Sílvio Botelho. O grande homenageado da 31ª edição do cortejo foi o presidente da agremiação Homem da Meia-Noite, Luiz Adolpho.
“Muita emoção. Você realizar um sonho desses, logo eu, uma pessoa tão simples, e graças ao Homem da Meia-Noite consegui chegar aonde cheguei, é incrível. A vida é passageira e tenho que aproveitar esse momento. Estou eternizado no carnaval de Olinda, é um motivo de grande orgulho receber essa homenagem. Virei um boneco gigante, isso é especial”, disse, emocionado, Adolpho.
Mesmo com as limitações de recursos por causa da crise, a organização do evento se mostrou satisfeita com o resultado obtido. Para Sílvio Botelho, fundador do desfile, o desafio de fazer a melhor festa com o orçamento menor foi o que mais marcou.
“São 31 anos que vivo isso, mas a de 2018 foi especial. Mesmo com o cenário de crise, conseguimos fazer uma festa dessas, incrível. O carnaval é luz, arte, e a missão foi muito bem cumprida!”, comentou Botelho, que ainda falou sobre o principal homenageado. “Adolpho é gente da gente, é povão. Muito merecido”.
Uma das mais empolgadas com o cortejo foi a ialorixá e percussionista Beth de Oxum. A fundadora do Afoxé Filhos de Oxum – um dos primeiros a incluir mulheres na percussão –, fez questão de citar a organização e beleza do desfile. “Aqui é o melhor Carnaval do mundo, esse bloco dos gigantes é maravilhoso. Olinda está de parabéns”.
Pela segunda vez no Carnaval de Olinda, o funcionário público Carlos Henrique Silva, de São Paulo, virou fã do desfile quando visitou o carnaval da cidade em 2017. Pouco comum na Terra da Garoa, ele gostaria de presenciar algo semelhante em sua terra natal.
“Essa cultura e tradição de Olinda são únicos. Conheci o desfile dos bonecos gigantes no ano passado e fiz questão de acompanhar o cortejo completo em 2018. No que depender de mim, sempre vou bater ponto por aqui no carnaval. Quem dera o carnaval de Sampa tivesse essa energia”, comentou o turista.