Criada em 1967 com o objetivo de acabar com a solidão do Homem da Meia Noite, a boneca gigante Mulher do Dia é uma das grandes atrações do Carnaval olindense. Idealizada por nomes imortalizados na memória dos foliões como Seu Hernandes, Lula Corimba, Zé Maguinho e Adolfo, a Mulher do Dia, atualmente, desfila no domingo dos festejos de momo.
A boneca “nasceu” pelas mãos do artesão Julião das Máscaras. A Mulher do Dia tem, oficialmente, 42 anos de idade. Porém, de acordo com a responsável pela personagem, Magaly Pereira Costa, esta grande dama já é cinqüentenária. “A boneca tem 50 anos, pois já existia um pouco antes de ter sido registrada”, informou. Com 1,50 m e 40 kg, ela chega a medir até 3,40 m de altura sobre os ombros do carregador, que dá vida ao boneco.
Para confeccionar o seu vestido é necessário 24 m de tecido em média, muitos colares, brincos e enfeites de cabelo. Nos últimos anos, a Mulher do Dia tem desfilado somente aos domingos, a partir das 10h. Seu percurso tem início na Academia de Jorge Federal, na Rua das Quintas, passa pelo Bonsucesso, Largo do Amparo, Rua do Amparo, Quatro Cantos, Rua XIII de Maio, Rua de São Bento, Prefeitura, Rua 27 de Janeiro e termina na Prudente de Morais.
Segundo a responsável pelo boneco gigante, Magaly Pereira Costa, as manifestações tradicionais da maior festa da cidade deveriam receber um incentivo maior. “Antigamente, também desfilávamos na terça-feira, porém, são muitos gastos para colocar uma alegoria como esta na rua, como a contratação de orquestra, por exemplo, e o dinheiro é escasso”, informou.
BONECOS GIGANTES – Os bonecos gigantes de Olinda constituem uma atração à parte do Carnaval da cidade. Sua participação nos carnavais é muito antiga. Em 1919, a figura do Zé Pereira, criada pelo folião Gumercindo Pires de Carvalho, animava o Carnaval de Belém de São Francisco, cidade do sertão Pernambucano. Dez anos depois, Gumercindo criava Vitalina, a companheira de Zé Pereira.
Ao longo dos anos, foram surgindo outros bonecos. Em Olinda, o popular Homem da Meia Noite surgiu em fevereiro de 1931, quando um grupo de associados, descontentes por não terem sido contemplados na chapa oficial da diretoria da troça “O Cariri”, criou o que seria um dos mais conhecidos bonecos gigantes foliões da Cidade Patrimônio.
Daí em diante, multiplicaram-se os bonecos gigantes do Carnaval em Olinda, com artistas, políticos, personalidades intelectuais, tipos populares e figuras fantásticas tradicionais representadas alegoricamente. Destacam-se alguns gigantes foliões como Zé Pereira, Lampião, Tarado da Sé, Gilberto Freyre, Capitão Alceu Valença, Gonzagão, Maria Bonita, o Urso, entre tantos outros.
Atualmente, boa parte dos bonecos gigantes são produzidos pelo artista plástico, Sílvio Botelho. Tais bonecos já foram homenageados em selos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, em 1991, com a Mulher do Dia e o Homem da Meia Noite estampados, entre outros elementos do Carnaval brasileiro.