
A sétima edição da Noite Para os Tambores Silenciosos de Olinda aconteceu nesta segunda-feira (4) no Sítio Histórico com cortejo de maracatus nos Quatro Cantos de Olinda até o Largo do Rosário dos Homens Pretos, no Bonsucesso. Quem abriu a noite foi o Maracatu Leão Coroado, que comemora 150 anos em dezembro de 2013 e este ano recebe o reconhecimento da Prefeitura de Olinda. O evento contou com a presença do prefeito Renildo Calheiros, que prestigiou a noite dedicada aos ancestrais para proteção do Carnaval.
“É o encontro das nossas raízes e um momento muito especial do nosso Carnaval. A cada ano é mais prestigiado por gente de todos os lugares do mundo, que vem observar a beleza que é este espetáculo de raiz, história, feito pela população”, comentou Renildo Calheiros.
A turista de Aracaju Marta Ramos gostou do que viu. “É a primeira vez que vejo, mas estou achando maravilhoso. As tradições daqui são lindas. Queria voltar todo ano”, afirmou. Já a pernambucana Marta Lorena, moradora de Recife, fez questão de voltar pela segunda vez. “A gente que é de Pernambuco acha tudo ainda mais bonito e emocionante.”
A Noite para os Tambores Silenciosos é uma realização da Prefeitura de Olinda, do Governo de Pernambuco e da Associação dos Maracatus. Religiosidade e valorização da cultura afro são os motes do evento. Este ano, houve a participação do Maracatu Leão Coroado, Maracatu Nação Camaleão, Maracatu Nação Badia, Maracatu Nação Axé da Lua, Maracatu Nação de Luanda, Maracatu Nação Maracambuco, Maracatu Nação Estrela de Olinda, Maracatu Nação Pernambuco e Maracatu Nação Tigre.
De acordo com o mestre Afonso, do Leão Coroado, “a cerimônia louva os ancestrais e oficializa para pedir proteção para um bom Carnaval”. Ao longo do percurso, o público confere os cânticos, o batuque dos tambores e danças afro. À meia noite, o tradicional silêncio em memória dos ancestrais, pedindo a proteção. O simbolismo da Igreja do Rosário dos Homens Pretos está em ter sido o espaço onde outrora os negros tinham a liberdade de manifestação onde podiam exercer sua religiosidade.