Os clarins de Momo anunciaram, ao som de 19 agremiações, do show emocionante de Alceu Valença e outras atrações, o que foliões e foliãs do mundo todo esperavam ansiosamente: o início do Carnaval de Olinda, o mais tradicional do Brasil. Até uma chuva fininha chegou à noite para refrescar o corpo e a mente daqueles que acompanharam a festa montada em frente à Prefeitura da cidade nesta quinta-feira (23). Pela primeira vez, inclusive, a abertura foi ali. Mostrando, assim, como pede o tema da festa este ano, a alegria e a história juntas. Como continuarão unidas nas tradicionais ladeiras ou em cada um dos dez polos ou palcos descentralizados e multiculturais. Sim, ainda teve o encontro dos dois maiores símbolos da folia pernambucana e os homenageados. Muita coisa para caber em um primeiro parágrafo. Certamente, não coube também no coração de quem estava presente.
Como destacou o prefeito da cidade, Professor Lupércio, o compromisso dele e da gestão já está sendo cumprido desde a abertura: “Fazendo o melhor Carnaval que esta cidade já viu”. Depois o gestor agradeceu a presença de todos e pediu para que a festa ocorra em paz, antes de concluir: “Para quem disse que eu acabaria com Carnaval, declaro oficialmente aberto o Carnaval de Olinda”, exaltou Lupércio, por volta das 20h30.
O prefeito, acompanhado pelo vice, Márcio Botelho, e o secretário de Patrimônio e Cultura, Gilberto Sobral, entregaram quadros do artista João Andrade para os homenageados do Carnaval deste ano. O músico Erasto Vasconcelos – que faleceu no ano passado- e foi representado por familiares, e ao presidente do Homem da Meia-Noite, Luiz Adolpho.
Por falar no calunga gigante, pela primeira vez, ele e o maior bloco do mundo, o Galo da Madrugada, se encontraram na Marim dos Caetés. Tudo acompanhado pelo público que deu o tom da paz que deverá reinar nas ruas da cidade.
Após este momento foi a vez da irreverência, talento e da presença marcante de Alceu Valença, fazendo o que só um artista como ele é capaz de fazer: ter todas as músicas entoadas em coro pelo público presente e, certamente, por quem acompanhou pelo Facebook ou pela transmissão no Youtube.
Tudo isso foi só à noite, pois à tarde as ladeiras se tornaram palcos. Foram 19 agremiações entre blocos, troças, maracatus, bonecos gigantes e grupos de capoeira que se concentraram no Largo do Amparo para sair em cortejo pelas ruas históricas da cidade. Entre elas, os tradicionais como Cariri de Olinda – que participou pela primeira vez do desfile oficial que marca o início da festa de Momo, que veio com a habitual Chave da Cidade, representando o estandarte da troça. “É uma honra participar desse momento tão ímpar do Carnaval popular de Olinda”, declarou Mônica Siqueira, que faz parte da direção da troça.
Também estiveram presentes o Maracatu Leão Coroado, do mestre Afonso Aguiar, com 30 integrantes, entre batuqueiros e baianas; Pitombeira dos Quatro Cantos, com a ala de fantasias e orquestra de frevo. “Gostei do novo formato adotado pela gestão do Prefeito Professor Lupércio para abrir o Carnaval de Olinda”, revelou o presidente do bloco, Júlio Silva Filho. Pedro Salustiano, filho do saudoso Mestre Salustiano, marcou presença com 50 integrantes do maracatu de baque solto, Piaba de Ouro.