Nesta Terça-Feira Gorda (04), quem foi para Olinda acabou agraciado com uma viagem na história do Carnaval da cidade. Blocos tradicionais como Ceroula, A Porta e Pitombeira dos Quatro Cantos desfilaram pelas ruas do Sítio Histórico, realizando um ritual que acontece anualmente e, no caso de algumas agremiações, há mais de meio século.
A Rua do Amparo, um dos principais corredores da folia em Olinda, recebeu o desfile do Ceroula, do Cheguei Agora e d’ A Porta. Os dois primeiros blocos se encontraram ao entardecer e, com a autoridade de quinquagenários que são, arrastaram uma multidão apaixonada.
O Ceroula, que completa 52 anos de tradição, teve o seu fundador, o Cabela, como um dos homenageados do Carnaval 2014. Já o Cheguei Agora, ao contrário do que sugere o nome, chegou à folia de momo há 54 anos, em 1960, mas se mantém renovado pela grande quantidade de jovens que desfilam pela agremiação. As cores, plumas e brilhos das fantasias do bloco fazem lembrar, inclusive, as escolas de samba dos carnavais do Rio de Janeiro e São Paulo.
Ainda na Rua do Amparo, mas já à noite, homens carregavam uma porta de madeira, ansiosos por ver a beleza e a desenvoltura de mulheres dançando em cima da plataforma. Cumprindo a tradição do bloco A Porta, que é de 1988, o grupo cantava “É, é, é, a porta quer mulher”.
Pela Rua XV de Novembro, quem passou acenando foi um tal “Barão de Caetés“. Mais novo, o personagem foi criado na década de 90, mas não menos respeitado, o Barão atraiu a curiosidade dos foliões.
Por volta das 18h, em frente à sede da Prefeitura, aconteceu o tradicional encontro do Elefante de Olinda com a Pitombeira dos Quatro Cantos. Fundados na mesma época, o Elefante é de 1952 e a Pitombeira, de 1947, as duas agremiações são também lembradas por uma suposta desavença que mantiveram durante anos.
Segundo contam os carnavalescos mais antigos, no passado, quando Pitombeira e Elefante se encontravam nas ruas durante o Carnaval, era briga na certa. Hoje, os blocos se divertem juntos.